No dia 12 de outubro de 1916, uma quinta-feira de Nossa Senhora Aparecida, o Santos Futebol Clube marcava um momento histórico ao inaugurar sua pioneira Praça de Esportes, localizada na Vila Belmiro, então conhecida como Vila Operária. Antes disso, o clube treinava e realizava alguns jogos em um campo na rua Aguiar de Andrade, hoje Manoel Tourinho, no bairro Macuco. Contudo, as condições daquele espaço eram inadequadas, e a necessidade de um novo campo se tornou uma prioridade.
Necessidade de um estádio para o Santos
A primeira manifestação formal sobre a construção de um novo campo foi feita pelo presidente Agnello Cícero de Oliveira, em reunião de diretoria em 14 de julho de 1915. Ele destacou a “necessidade urgente da construção de um campo de football com todas as acomodações e instalações necessárias para nossos jogadores e apreciadores”. Uma comissão de sócios foi formada para tratar do assunto. Inicialmente, a opção considerada era um terreno em boas condições no Campo Grande, examinado por Urbano Caldeira. No entanto, em abril de 1916, a Companhia Construtora de Santos propôs vender um campo completo em prestações mensais, oferta que se mostrou mais vantajosa.
Após diversas discussões, a proposta da Companhia Santista de Habitações Econômicas foi considerada a melhor, e o negócio foi fechado em 10 de junho de 1916. Em outubro daquele ano, a Associação Paulista de Sports Athléticos (APSA) enviou uma comissão para inspecionar o campo recém-construído. No dia 12 de outubro, o campo foi finalmente inaugurado com uma série de jogos e brincadeiras entre os associados, marcando o fim das partidas nos campos anteriores.
Motivo do nome “Vila Belmiro”
Inicialmente chamado apenas de “Campo do Santos” ou “Praça de Esportes do Santos”, o estádio começou a ser conhecido como Vila Belmiro devido ao nome do bairro onde estava localizado. Em 24 de março de 1933, o campo foi oficialmente nomeado Estádio Urbano Caldeira, em homenagem ao grande benemérito do clube, Urbano Caldeira, que teve um papel crucial na história santista.
Com o passar dos anos, o estádio ganhou o apelido de “Alçapão da Vila” por sua atmosfera intimidadora, especialmente após o Santos permanecer invicto em 25 partidas em casa no ano de 1930. Este apelido foi imortalizado na marchinha “Leão do Mar”, celebrando o título paulista de 1955. Ícones como Pelé, o maior artilheiro do estádio com 288 gols, e Feitiço, com 162 gols, ajudaram a construir a mística da Vila Belmiro, que hoje é conhecida como “a Vila mais famosa do mundo”.