O hino do Santos não é a canção mais famosa que representa o clube. A música “Sou Alvinegro da Vila Belmiro”, que é considerada a oficial, foi composta um ano após “Leão do Mar” e é de autoria de Carlos Henrique Paganetto Roma, irmão de um ex-presidente do Santos. Vamos conhecer a história dessa canção.
Hino do Santos: Letra, Origem e História
Em 1955, o Santos estava ansioso para quebrar um longo jejum de títulos. O time, conhecido como Alvinegro, finalmente conquistou o Paulistão após 20 anos, vencendo o Taubaté na Vila Belmiro. Essa vitória histórica foi celebrada com uma música especial. Dias depois da conquista, Maugeri Neto e Maugeri Sobrinho compuseram a marchinha “Leão do Mar”, lançada em janeiro de 1956, com versos que exaltavam o novo campeão.
Marcha do Santos (Maugeri Neto e Maugeri Sobrinho, 1956)
Santos! Santos! Gol!
Agora quem dá bola é o Santos
O Santos é o novo campeão
Glorioso alvinegro praiano
Campeão absoluto desse ano!
Santos!
Santos sempre Santos
Dentro ou fora do alçapão
Jogue o que jogar
És o leão do mar
Salve o nosso campeão!
Embora “Leão do Mar” tenha conquistado o coração dos torcedores e sido entoada em várias celebrações do clube, nunca foi oficializada como hino. Gabriel Pierin, historiador e membro do Centro de Memória do Santos, explica que a marchinha foi uma homenagem ao título de 1955, e não um hino formal.
Ele destaca que “a marcha não está no Estatuto do clube porque é uma música comemorativa ao título conquistado sobre o Taubaté”. Assim, a busca por um hino oficial do Santos continuou.
Em 1957, o músico Carlos Henrique Paganetto Roma compôs “Sou Alvinegro da Vila Belmiro”. A canção foi apresentada ao clube em julho e, embora tenha demorado, tornou-se oficialmente reconhecida como o hino do Santos em 11 de junho de 1996, após aprovação do Conselho Deliberativo. Na época, o conselheiro Júlio Teixeira Nunes foi o responsável pela proposta, enquanto o Conselho era presidido por Edmond Atik.
Letra do Hino Oficial
Sou alvinegro da Vila Belmiro
O Santos vive no meu coração
É o motivo de todo o meu riso
De minhas lágrimas e emoção
Sua bandeira no mastro é a história
De um passado e um presente só de glórias
Nascer, viver e no Santos morrer
É um orgulho que nem todos podem ter
No Santos pratica-se o esporte
Com dignidade e com fervor
Seja qual for a sua sorte
De vencido ou vencedor
Com técnica e disciplina
Dando o sangue com amor
Pela bandeira que ensina
Lutar com fé e com ardor
Infelizmente, Carlos Henrique Paganetto Roma faleceu em 1983, antes de ver sua obra reconhecida como hino oficial do clube. Embora não tenha vivido para ver sua canção se tornar uma tradição nas arquibancadas, ela rapidamente se tornou um símbolo de orgulho para os torcedores do Santos. Gabriel Pierin observa que a torcida frequentemente canta “Sou Alvinegro da Vila Belmiro”, transformando-a em parte integrante da experiência do jogo na Vila Belmiro.
Com isso, o Santos não apenas garantiu uma canção para representar sua identidade, mas também celebrou sua rica história e a paixão de seus torcedores. “Nascer, viver e no Santos morrer, é um orgulho que nem todos podem ter!” é um lema que encapsula o espírito santista, ecoando através das gerações de torcedores que carregam esse amor pelo clube.
