No dia 16 de novembro de 1963, o Maracanã vestiu suas cores de preto e branco e se tornou o palco da consagração do Santos Futebol Clube como o primeiro bicampeão mundial da história do futebol. Naquele dia, o Santos, comandado por Pelé, Coutinho e Pepe, conquistou o título ao vencer o Milan na final do torneio intercontinental.
Santos veio de derrota no primeiro jogo
A jornada até o título não foi fácil. A disputa começou no San Siro, em Milão, onde o Santos enfrentou o campeão europeu e saiu derrotado por 4 a 2. A partida de volta no Maracanã, quase um mês depois, prometia ser um desafio ainda maior para o Peixe, que entrou em campo desfalcado de suas principais estrelas. Pelé estava lesionado e fora do jogo, assim como Zito e Calvet, o que deixou o técnico Lula em uma situação complicada.
O jogo de volta começou com uma desvantagem para o Santos, que viu o Milan abrir 2 a 0 no primeiro tempo. No entanto, o que parecia ser um cenário desfavorável mudou drasticamente na segunda etapa. Sob uma tempestade torrencial que alagou o campo, o Santos desencadeou uma reação espetacular, marcando quatro gols em apenas 22 minutos e virando o placar para 4 a 2, igualando o agregado e forçando um jogo de desempate.
Jogo de desempate entre Santos e Milan
Dois dias depois, o Maracanã se encheu de 120.421 espectadores para o confronto decisivo. O técnico Lula manteve a mesma formação que havia alcançado a virada, com Gylmar no gol, Ismael, Mauro, Haroldo e Dalmo na defesa; Lima e Mengálvio no meio-campo; e Dorval, Coutinho, Almir e Pepe no ataque. Pelé continuava fora devido à lesão.
O jogo foi tenso e equilibrado, com as defesas se destacando. A partida tomou um rumo decisivo aos 30 minutos, quando o zagueiro italiano Maldini cometeu uma falta violenta em Almir dentro da área e foi expulso. A penalidade foi marcada, e Pepe, o cobrador oficial, cedeu a bola ao lateral Dalmo, que assumiu a responsabilidade.
Dalmo, com um chute rasteiro no canto esquerdo do goleiro, marcou o gol que garantiu a vitória do Santos e selou o bicampeonato mundial. No segundo tempo, o Santos se defendeu com firmeza e contou com a excelente atuação do goleiro Gylmar para segurar o resultado. Um ano após levantar a Taça Jules Rimet com a Seleção Brasileira, o zagueiro e capitão Mauro ergueu o troféu do Mundial de Clubes, consagrando o Santos como o primeiro bicampeão da competição e eternizando o feito na história do futebol.