O Santos Futebol Clube, um dos mais icônicos do futebol mundial, carrega a curiosa dualidade entre seu apelido, “Peixe”, e sua mascote oficial, a baleia. Essa história revela a relação entre os rivais, a origem praiana do clube e a evolução de sua identidade.
Origem do apelido “Peixe”
O apelido “Peixe” surgiu de forma pejorativa, usado por torcedores adversários que buscavam ridicularizar o Santos devido às suas raízes na Baixada Santista. A primeira menção conhecida ocorreu em 1921, quando o jornal Ítalo Paulista publicou uma charge que retratava um representante do Palestra Itália (atual Palmeiras) admirando um peixe à beira-mar, simbolizando o clube. Com o tempo, essa imagem foi reforçada por outros cartunistas, como João Brito, que, em 1933, começou a associar o Santos a um peixe em suas ilustrações na Gazeta Esportiva.
Surgimento da baleia como mascote do Santos
A transição para a baleia como mascote oficial se deu de forma inesperada. Embora João Brito tenha sugerido um marinheiro como símbolo do clube em 1943, foi Nino Borges, no ano seguinte, quem deu vida à ideia da baleia nas suas charges. Essa figura ganhou popularidade rapidamente entre os torcedores, solidificando sua presença na cultura do Santos.
Nos anos 50, o cartunista Messias de Melo apresentou uma baleia robusta e imponente, que passou a ser associada ao time da Vila, refletindo a força e a determinação dos jogadores. A baleia, ao contrário do peixe, simbolizava resistência e poder, características que os torcedores passaram a valorizar.
Em 2006, o Santos introduziu Baleinha e Baleião, uma dupla de orcas que animava os torcedores nas partidas, antes de formalizar, em 12 de março de 2011, a Baleia Orca como mascote oficial do clube, consagrando-a no Estatuto Social.
Assim, enquanto o apelido “Peixe” traz à tona uma história de rivalidade e resistência, a baleia representa a força e a identidade do Santos, mostrando como o clube transformou uma ofensa em símbolo de orgulho. Essa dualidade é um reflexo do espírito do Santos, que, apesar das adversidades, continua a nadar com garra nas águas do futebol.